Denominam-se “vias permanentes” as estruturas formadas por trilhos, dormentes, lastro e outros componentes que compõem o caminho físico para a movimentação de trens, sendo projetadas para guiar e suportar a carga dos trens, garantem estabilidade, segurança e eficiência no transporte.
As vias permanentes são componentes essenciais da infraestrutura de transporte, desempenhando um papel vital na conexão de regiões e na garantia da movimentação eficiente de cargas e pessoas. Para manter essa eficiência, é essencial que as vias ferroviárias desempenhem sua função de forma adequada, apresentando uma superfície resistente e uniforme, capaz de suportar e distribuir as cargas elevadas dos trens, garantindo uma interação eficiente entre o veículo e a via.
Neste contexto, a Gestão da Integridade de Ativos (AIM, do inglês Asset Integrity Management) exerce um papel estratégico ao assegurar que as infraestruturas ferroviárias se mantenham em condições operacionais ideais, promovendo a maximização da vida útil dos ativos e a eficiência geral do sistema.
Desafios das vias permanentes
O tráfego intenso de trens, as variações climáticas extremas e a falta de manutenção adequada ao longo do tempo são fatores críticos que contribuem para a degradação das estruturas ferroviárias. Esses desafios podem resultar em problemas como desgaste abrasivo, fadiga dos trilhos, desalinhamento da via, degradação dos dormentes e falhas nos sistemas de fixação.
Se não mitigadas, essas anomalias podem comprometer a integridade estrutural da via, aumentando os riscos de falhas catastróficas que afetam a segurança operacional e proteção dos usuários da via. Além disso, falhas na infraestrutura ferroviária podem causar interrupções nas operações, resultando em atrasos, elevação dos custos operacionais e despesas imprevistas com reparos emergenciais.
Abordagem estratégica para manter a integridade dos ativos ferroviários
A implementação de um sistema de AIM oferece uma abordagem abrangente e integrada para a preservação e monitoramento contínuo dos ativos ferroviários. Por meio de inspeções regulares, monitoramento em tempo real, avaliação de riscos e análise avançada de dados, o AIM oferece uma visão holística e aprofundada do estado dos ativos ao longo de toda a malha ferroviária, assegurando uma gestão eficiente e a continuidade operacional. Esse monitoramento sistemático e criterioso permite a rastreabilidade precisa de danos e anomalias, viabilizando intervenções corretivas antes que tais irregularidades evoluam para falhas críticas, mitigando, assim, o risco de incidentes graves e suas consequências adversas.
Manter os ativos das vias ferroviárias em condições ideais de operação não apenas eleva a confiabilidade e a eficiência das operações, mas também permite um planejamento estratégico mais assertivo para reparos e manutenções. Essa abordagem proativa reduz a ocorrência de imprevistos, otimiza os custos associados à manutenção e assegura a continuidade operacional e a segurança das vias ferroviárias. Além disso, a implementação de um sistema de AIM está em conformidade com as normas e regulamentações específicas do setor ferroviário, como a NBR 7641, garantindo que as atividades operacionais estejam alinhadas aos padrões técnicos exigidos, contribuindo para segurança e confiabilidade das vias permanentes.
A implementação do AIM também facilita a identificação precoce de áreas críticas que requerem intervenções, permitindo que os gestores priorizem ações de manutenção de maneira eficiente e fundamentada. A rastreabilidade das anomalias emerge como um benefício indispensável, especialmente em malhas ferroviárias de grande extensão, onde o mapeamento preciso de áreas danificadas pode ser um desafio. Com o suporte do AIM, essas anomalias podem ser monitoradas e tratadas antes que progridam para condições mais severas, assegurando a integridade contínua das vias.
Além disso, essa abordagem estratégica reforça a sustentabilidade das operações ferroviárias, ao prolongar a vida útil dos ativos e reduzir a necessidade de substituições frequentes. A Gestão da Integridade de Ativos não apenas preserva a segurança e a eficiência das vias permanentes, mas também contribui para a otimização dos recursos e a melhoria da rentabilidade das operações ferroviárias, resultando em um transporte mais seguro, confiável e economicamente viável.
